“É preciso olhar para a vida de forma humana. Isso não é tarefa só para os religiosos. Mas eu não conseguiria viver a dimensão religiosa sem humanizar a vida”.
- explica o Padre em entrevista ao portal El Pais
Júlio Renato Lancellotti, coordenador da Pastoral do Povo da Rua de São Paulo, é pedagogo, teólogo e ativista social dedicado à defesa dos direitos humanos. Com uma trajetória de 39 anos dedicada incansavelmente às pessoas em situação de rua na cidade de São Paulo, Lancellotti tornou-se uma referência nacional na luta pela garantia de condições mínimas de vida, dignidade e subsistência.
O ódio constante aos pobres
A Aporofobia, ou Pobrefobia, é um termo que descreve o medo, aversão e discriminação contra pessoas em situação de vulnerabilidade social. O combate do Pe. Júlio Lancellotti contra a pobrefobia envolve a promoção da igualdade, justiça social e respeito pelos direitos humanos de todas as pessoas, independentemente de sua condição socioeconômica.
A relevância do trabalho do Padre é tão significativa que, em dezembro de 2023, o presidente Lula assinou o decreto que regulamenta a Lei Padre Júlio Lancellotti. Essa lei proíbe práticas de arquitetura hostil, como a instalação de pedras ou outros obstáculos embaixo de viadutos, impedindo que pessoas em situação de rua possam dormir no local; reflexos da pobrefobia denunciados constantemente pelo Padre.
Dar comida a quem passa fome não é prioridade para a extrema direita
Nos últimos anos Padre Júlio virou alvo de ataques e ameaças neofascistas inflamadas pelo bolsonarismo, tendo o discurso de ódio como ferramenta para alcançar visibilidade eleitoral. Ataques à vida e integridade do Padre são constantes e, recentemente, uma CPI para investigar ONGs de caridade foi proposta dentro da Câmara de São Paulo, servindo de pretexto para perseguição política.
Neste momento é crucial que as forças democráticas se unam para criar um amplo movimento em defesa da dignidade do Padre e da importância do seu trabalho.
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